Poema Táctil
Desde que me tocaste diáfano a face
E muito leve descortinaste teu ser
— desde então é inquietação meu viver:
Corro os vales batendo no peito; os lábios
Tremem, gritam: tocou-me. Ele me tocou,
E sua mão é lanças de fogo. Ele
É um esmagar-me contínuo. Tocou-me:
Ele me tocou. E clamo: toca mais. Não te dês
Por contente: toca-me. Oh, vem, toca-me!
— eu grito, vestes rasgadas, braços em riste,
Olhos vidrados: toca-me. Quero o teu peso,
Peso teu sobre e dentro de mim. Toca-me.
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