Esboço para Uma Mística Geometria
Existe um ponto extremo,
coeso: o vértice do cone.
Nele há o grito primevo,
que ecoa na figura.
Dele parte o que ressoa
e para ele vai toda a geometria.
Nas paredes do módulo grava-se seu eco,
circunvagante em toda sua extensão.
O cone é o todo
e nasceu do ponto
e para ele converge.
Sendo este, em verdade,
um de fora. Um que lança suas vistas
sobre o todo.
Não é vértice,
também não existe cone —
o quadro é rico.
E o homem não desenvolveu o verbo
para definir o que se lhe avista à frente.
É plenilúnio pulsante
reluzente o ponto.
E a figura nele reverdece,
reverbera o seu interior.
Há cômodos, divisões,
tamanha a dela grandeza.
Por trás dos muros, a sombra
é o que impera: espectros,
fantasmagoria.
Expande-se vocacionado o módulo,
como se respirando do sopro
que vem do ponto. (O vértice.
O outro. De fora, lançando as vistas
ao todo.)
Estende-se e retorna. Para depois se estender.
E provoca rachaduras. Umas múltiplas fissuras
nos muros erigidos.
O grito nas altas colunas
racha seus alicerces. Quedando-se elas ao chão.
Polvilham-se, fenecem.
Agora sim então reverbera real a figura:
completa entoante ela é toda bailado,
também lábios cordatos, gesta. Composição.
Flutua em meio ao nada
— única existente —
A Notável Construção.
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