O Elefante
O elefante passou por entre as gentes
e todos pararam para observar !
Seu olho é um lago escuro-prateado
(um lago com tromba e patas).
É sempre uma candura;
o de-baixo-da-tromba, um sorriso.
Embora se pense,
em testar-lhe o passado,
que existem laivos de tristura.
Eu miro seu olho
(espelho tranqüilo).
Não se assemelha
(esse lago!)
à velha e outra serenidade.
[Aquele o é porque sempre o foi;
esta, porque esqueceu
(ou não quer lembrar).]
Eu miro esse olho e então me desdigo,
pois sua tristura
de olhos que viram o não dito
me fere com farpas o em que acredito,
o de que eu quero me lembrar:
O elefante é uma criança
(ainda imaculada).
Se um elefante visitasse meu jardim
(e pisasse as tulipas),
eu sorriria.
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